quinta-feira, 27 de junho de 2013

ATIVIDADE DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO


LEIA OS TEXTOS COM BASTANTE ATENÇÃO E RESPONDA ÀS QUESTÕES.

TEXTO I
Promotores de Montes Claros falam sobre a rejeição da PEC 37
Autoridades do MP dizem que protestos foram fundamentais para decisão.
PEC foi derrubada por 430 voto a nove, na Câmara dos Deputados.
Michelly Oda  - G1 Grande Minas

Por 430 votos a nove, a Câmara dos Deputados derrubou nesta terça-feira (25), a Proposta de Emenda à Constituição 37, conhecida como PEC 37, que retirava o poder investigativo do Ministério Público e o restringia apenas às polícias. A medida foi apresentada em 2011 pelo deputado Lourival Mendes (PTdoB-MA).
Em Montes Claros, maior cidade do Norte de Minas, os promotores receberam a reportagem do G1 para comentarem o assunto.
Felipe Caires, promotor do Patrimônio Público, afirma que "a sociedade compreendeu o alerta dirigido à ela, e que caso a PEC fosse aprovada, além do MP, a população também perderia, já que investigações envolvendo pessoas poderosas seriam obstruídas. A voz do povo ecoou retumbante e firme, e o parlamento respondeu."
O promotor explica que com a rejeição da PEC, o Ministério Público, as polícias, o Tribunal de Contas, o Banco Central e a imprensa, caminharão juntos na investigação criminal no Brasil. Se a emenda fosse aprovada, o MP poderia apenas solicitar ações no curso do inquérito policial e supervisionar a atuação da polícia.
"A rejeição da PEC veio em benefício de todos que combatem à criminalidade. O fortalecimento das investigações criminais pelo MP e demais órgãos, entre eles a imprensa, ganhou reforço e legitimidade perante as autoridades", fala Guilherme Fernandez, promotor do Patrimônio Público.

PEC e manifestações pelo país
A PEC esteve incluída como reivindicação das manifestações que ocorreram em todo o Brasil. Para o promotor da área Criminal, Flávio Márcio Lopes Pinheiro, os protestos interferiram diretamente na decisão dos deputados.
"Agradecemos à população que foi às ruas e que de forma uníssona, sensibilizou o parlamento, no sentido de que amputar os poderes do MP em investigações criminais seria um tiro no pé da própria sociedade. Essa procuração moral que nos foi outorgada pelas ruas reforça a nossa responsabilidade de prestar maiores e melhores serviços à sociedade."

Alerta
O promotor Felipe Caires explica que quatro projetos de lei foram apresentados para regulamentar as investigações criminais, tanto para o MP, quanto para as polícias.
"Embora essas iniciativas sejam bem vindas, é preciso que a sociedade fique atenta para que os projetos não sejam alterados, de modo a reeditarem tudo o que a população combateu e rejeitou, ao dizer não a PEC. O momento é de comemoração, mas também de vigilância", conclui. 

1) Em relação ao texto acima, qual o seu gênero textual?
2) Qual é o objetivo do texto acima?
3) O gênero textual em questão, apresenta em sua estrutura uma parte chamada “lide”. Encontre-o e destaque-o no texto. 
4) A quais perguntas o “lide” responde para compor o texto?

TEXTO II


5) Em relação ao texto acima, qual o seu gênero textual?
6) Qual é o objetivo do texto acima?
7) Fazendo a leitura, descubra no que o texto II difere do texto I.


TEXTO III
Corram que os manifestantes vêm aí
Com todos os instrumentos eletrônicos hoje disponíveis, torna-se cada vez mais fácil ampliar a participação popular

A proposta da presidente Dilma Rousseff de convocar um plebiscito que autorizaria a instalação de uma Assembleia Constituinte tem parentesco com o projeto de iniciativa popular apresentado por entidades da sociedade civil, pois ambas tratam da reforma política. As organizações que tomaram a iniciativa de apresentar o projeto são as seguintes: Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A diferença, tirante a divergência jurídica em torno da legalidade de proposta da presidente, é que o plebiscito deixaria tudo na mão dos constituintes aserem eleitos. O projeto da OAB, CNBB e MCCE entra, imediatamente, no mérito da questão, e seria votado ainda este ano pelos atuais deputados.
Pela proposta da presidente haveria mobilização dos eleitores: primeiro para votar no plebiscito e, aprovado este, depois, para eleger os constituintes. Para viabilizar um projeto de iniciativa popular, também é preciso a movimentação de eleitores, pois, para garantir a tramitação de proposta desse tipo, é necessário que 1% dos eleitores (cerca de 1,6 milhão de eleitores) assinem uma petição.
Basicamente, a proposta da OAB, CNBB e MCCE proíbe empresas de doarem recursos para campanhas políticas, cria um teto de R$ 700 para doações de pessoas físicas (complementado com financiamento público), e estabelece eleições parlamentares em dois turnos: no primeiro o eleitor votaria no partido e, no segundo momento, haveria uma lista reduzida a dois candidatos por vaga.
Para que a proposta possa valer para a próxima eleição, o projeto tem de ser apresentado até o começo de agosto. Após isso, os parlamentares precisariam aprovar mudança, de modo que a nova lei fosse sancionada até o dia 4 de outubro. Nas condições atuais, o projeto do MCCE parece mais factível, com a vantagem de - se tudo correr rapidamente - as novas normas já estarem em vigor na campanha do próximo ano.
O projeto de iniciativa popular foi o mesmo processo que possibilitou a aprovação da Lei da Ficha Limpa, movimento também organizado pelo MCCE, integrado por mais de 50 entidades da sociedade civil. O projeto na íntegra pode ser visto aqui: http://eleicoeslimpas.org.br.
As propostas para a iniciativa popular são muito interessantes, pois já não resta mais nenhuma dúvida de que um dos grandes indutores da corrupção no Brasil é o financiamento empresarial das campanhas eleitorais.

DEMOCRACIA DIRETA
Ainda que a proposta da presidente Dilma de convocar o plebiscito não vá adiante agora, é preciso debater a pertinência de consultar os eleitores em questões relevantes.
            Há vários anos O POVO, baseado nas teses do professor Paulo Bonavides, vem defendendo em seus editoriais a introdução de elementos da democracia direta na democracia representativa, base do modelo político brasileiro.
Com todos os instrumentos eletrônicos hoje disponíveis, torna-se cada vez mais fácil ampliar a participação popular. É preciso superar esse modelo, no qual se dá um cheque em branco para que um mandatário disponha dele, do modo que quiser, durante o tempo de seu mandato.

SE ERA PRA FAZER, POR QUE NÃO SE FEZ ANTES?
Enquanto escrevo esta coluna o Congresso analisa a PEC 37 (aquela que tira o poder de investigação do Ministério Público), que, agora, deve ser rejeitada. Em pauta também a lei que destina 100% dos royalties do petróleo à educação. Corram que os manifestantes vem aí.

ILHA FISCAL
Se há políticos que entenderam a mensagem; para outros, a ficha ainda não caiu. Continuam dançando no baile da Ilha Fiscal.
8) O texto acima é uma coluna do jornal “O povo”. Com base na leitura do texto III, pode-se dizer que uma coluna é um texto informativo ou opinativo? Justifique sua resposta.
9) Qual o assunto abordado na coluna?
10) Qual a posição do autor em relação ao assunto?

O soberano poder do povo!
DIÁRIO DA MANHÃ
CARLOS ROBERTO NERI MATOS

Após as manifestações que se desenrolaram em todo o Brasil, onde numa reação quase imediata da administração pública quanto ao recuo dos reajustes nas tarifas dos transportes públicos, ficou ainda mais claro o poder do povo, sobretudo, quando a causa é justa e abraçada pela maioria. Sabemos que não foi só pela redução de alguns centavos na tarifa que o movimento exsurgiu, existe por trás outras tantas bandeiras como, só elencando algumas: o repudio à corrupção, a melhor aplicação dos recursos públicos, reclamações contra a atuação da classe política, contra a tramitação da PEC 37 que inibe o poder de investigação do Ministério Público, melhoria das políticas de educação, saúde e segurança, etc, etc. 
Está tudo errado? Lógico que não. Pelo menos no âmbito federal, as medidas que foram tomadas ao longo dos anos, fizeram com que o Brasil chegasse a ser inclusive no ano passado a 6ª economia do mundo, com o seu PIB evoluindo de forma constante e mesmo com a crise mundial que se arrasta desde 2008, o país conseguiu passar até certo ponto incólume pelas violentas turbulências do mercado internacional. Como fatores que se adicionaram para que chegássemos a este nível, houve a redução dos níveis de pobreza extrema (com o incremento de uma forte política de assistência aos desprovidos), uma ascensão e aumento dos brasileiros que saíram dos estratos sociais mais baixos da sociedade e ingressaram na classe média, sem contar que durante todo este período em relação ao mundo mantivemos um dos menores índices de desemprego, resultando no aumento do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.
Está tudo certo? Lógico que não. Ainda somos o país do mundo com índices vexatórios em relação à corrupção, à violência urbana, em desigualdade de renda, em professores por alunos, médicos por paciente, em infraestrutura (temos a menor rede ferroviária operante entre os países desenvolvidos e emergentes e nenhum porto entre os 50 ou aeroporto entre os 100 melhores do mundo), entre outros sérios problemas a serem enfrentados. Agora, diante desta forte sinalização do povo, se os dirigentes já não estavam cuidando de efetivamente mudar e criar melhores condições em diversas áreas que ainda somos carentes de uma melhor estrutura e administração, agora mais do que nunca se não o fizerem ou demonstrarem total atenção e dedicação neste sentido sentirão nas urnas o resultado. Mas para alegria geral a resposta da administração pública foi rápida no sentido de que essas vozes foram ouvidas.
O movimento popular no Brasil foi tão importante e expressivo que repercutiu em forma de manchetes e chamadas em primeira página na imprensa internacional, e para que vocês caríssimos leitores e leitoras, tenham a exata noção da importância e entendimento que houve no âmbito mundial coloco abaixo trechos de editoriais de dois dos maiores jornais do mundo, o The New York Times, dos Estados Unidos, e o The Guardian, da Inglaterra.
Editorial de 21/06 do NYT: Despertar social no Brasil. [...] Os enormes protestos de rua que estão varrendo o Brasil nesta semana pegaram quase todos de surpresa. Mas, talvez não deveriam. Para todas as realizações do Brasil ao longo das últimas décadas - uma economia mais forte, as eleições democráticas, mais dinheiro e atenção voltadas para as necessidades dos pobres - ainda há uma enorme distância entre as promessas dos governantes de esquerda do Brasil e as duras realidades do dia-a-dia fora da elite política e empresarial. O Banco Mundial lista o Brasil como a sétima maior economia do mundo, mas o coloca nos últimos 10% em igualdade de renda. Seus adolescentes de 15 anos de idade estão próximos da parte inferior dos rankings globais de habilidades de leitura e de matemática. Uma sucessão de seus principais políticos têm sido implicados em esquemas flagrantes de propina e outros desvios de dinheiro público. Não é à toa que a tarifa de transporte público aumenta a indignação provocada pelos pobres e a classe média, que estão sobrecarregados por um sistema tributário asfixiante. Não é de se admirar os gastos luxuosos em estádios da Copa do Mundo de futebol, enquanto a educação pública continua gravemente subfinanciada, o que tornou-se um grito de guerra. [...] Mas as marchas e manifestações desta semana revelaram uma indignação pública em relação às prioridades de gastos distorcidas e às falhas na educação e em outros serviços sociais, bem como apresentaram um amplo eleitorado para a mudança. A maioria silenciosa do Brasil parece estar encontrando sua voz política. [...]
Numa outra análise publicada nesta sexta-feira (21/06) o jornal britânico The Guardian elogia os protestos no Brasil, afirmando que os brasileiros estão dizendo o que os britânicos não tiveram coragem de dizer no ano passado, durante a realização das Olimpíadas em Londres. 
O texto diz que os protestos brasileiros, que têm como um dos alvos os altos gastos com Copa do Mundo e as Olimpíadas no país, são autênticos ao repercutir o sentimento de que as pessoas não querem esse tipo de “extravagância”. “A extravagância de 9 bilhões de libras (Olimpíadas em Londres) não era necessária para abrigar um show internacional de atletismo.” “Então parabéns aos brasileiros por terem dito o que os britânicos ano passado não tiveram coragem de dizer: basta.”
Vocês viram que a repercussão internacional foi de apoio e mais no sentido do povo ter criado voz e atitude. E é isso mesmo, as manifestações são mais do que legítimas, as reinvindicações são pertinentes, agora o povo tem que ter a clareza e a consciência de que as coisas não se resolverão do dia para a noite e, também que, não pode deixar de considerar um fator extremamente importante, o de sermos um país de dimensões continentais e, por conta disso, a tarefa de qualquer governante seja de que partido for torna-se ainda mais complexa.
Por último faço, como crítica, a seguinte indagação e já respondo em seguida. O que é o mais importante deste momento? O movimento popular, a mobilização, a festa da democracia, as reivindicações, as demonstrações de patriotismo etc, portanto, não concordo com a imensa importância e cobertura que se tem dado aos atos de vandalismos, às vezes até mais do que o próprio movimento e que ao contrário do que deveria estão se tornando a manchete. Essas cenas infelizes fazem parte da cobertura da imprensa? Claro que sim, mas está errado transformar os atos dos arruaceiros e marginais que representam bem menos de 0,05% da massa popular nas ruas, mais evidentes do que o restante dos 99,95% que estão na luta pelo cumprimento e expansão dos seus direitos. 
Destaco que minha opinião aqui foi personalista e acadêmica, sem conotação política e de defesa ou acusação de quem quer que seja, e que foi para informar e demonstrar um olhar crítico e consciente sobre os fatos; longe, muito longe de querer estar certo, ou ter unanimidade, afinal a democracia, além de outras coisas é este embate livre de ideias, pensamentos e opiniões. 
Para o infinito e além!  
(Carlos Roberto Neri Matos, prof. especialista em Administração Pública e Direito Administrativo e superintendente de Administração do MF em Goiás e Tocantins)
11) O texto IV é um editorial. Com base na leitura conclui-se que o texto é informativo ou opinativo? Justifique sua resposta.
12) Qual o assunto abordado no editorial?
13) Qual a posição do autor em relação ao assunto?


sexta-feira, 19 de abril de 2013

CONTEÚDOS - PROVAS UNIFICADAS

1º ANO - LÍNGUA PORTUGUESA

- VARIEDADES LINGUÍSTICAS
- PROCESSO COMUNICATIVO
- FUNÇÕES DA LINGUAGEM
-  FONOLOGIA

1º ANO - INGLÊS

- SIMPLE PRESENT TENSE (ALL FORMS)
- INTERROGATIVE PRONOUNS

3º ANO - INGLÊS

- CONJUNCTIONS
- PHRASAL VERBS
- BRITISH AND AMERICAN WORDS


quarta-feira, 10 de abril de 2013

ATIVIDADE DE INGLÊS - SIMPLE PRESENT/ PRESENT CONTINUOUS - 1º ANO - ADA


Smile
(U2)

Gravity is not pulling me
I won't be a picture with no sign
Decaying I'm praying
You are my abbot
I need the ground to kneel upon
And love can't be your song
I don't want to see you smile

I'm breaking it taking it
I'm breaking it slowly in mind
I'm seeing it freeing it
I know love is in this soul of mine
It's not in your eyes

I don't want
I don't want to see you smile

I started light-hearted
It won't be easy like you said
I'm going flowing
I'm leaving on the day of the dead
I will never get you will never get
I don't want to see you smile

God knows it knows it
Knows it knows it
You sing
Hear me love
Sing it again
Going out blind
The smoke machine is yours not mine
I don't want to see you smile

ooh ooh ooh
ooh ooh ooh

I will live again
You will live again
I just don't want to see you smile

1) Retire do texto 03 frases cujos verbos estão no “Present Continuous Tense” e dê a sua tradução.
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) O trecho: “I don't want to see you smile”, escrito na forma afirmativa, seria:
________________________________________________________________________________

3) No trecho: “Gravity is not pulling me”,

2.1) O verbo indica uma ação:

a) Que ocorre frequentemente
b) Que ocorre regularmente
c) Que ocorre no momento exato da fala
d) Que ocorreu em um momento anterior ao da fala.

2.2) Qual a tradução da sentença?
_________________________________________________________________________________

2.3) Como ficaria o verbo na forma negativa?
_________________________________________________________________________________

4) No trecho: “God knows it”

4.1) O verbo está em qual tempo verbal?
_________________________________________________________________________________

4.2) Como ficaria a frase na forma negativa?
_________________________________________________________________________________

4.3) E na forma interrogativa?
_________________________________________________________________________________

5) Complete as sentenças a seguir com os verbos entre parênteses no “Simple Present” ou “Present Continuous”:

a) Every Monday, Sally (drive) ___________ her kids to football practice.
b) Usually, I (work) ____________ as a secretary at ABT, but this summer I (study) ______________ French at a language school in Paris. That is why I am in Paris.
c)  Shhhhh! Be quiet! John (sleep) _____________.
d) Don't forget to take your umbrella. It (rain) _____________.
e) I hate living in Seattle because it (rain, always) _____________.
f) I'm sorry I can't hear what you (say) ______________ because everybody (talk) _______________ so loudly.
g) The business cards (be) _____________  printed by a company in New York. Their prices (be) ______________  inexpensive, yet the quality of their work is quite good.
h)  This delicious chocolate (be) ____________ made by a small chocolatier in Zurich, Switzerland.

6) Neste exercício você terá que responder o que o personagem da ilustração está fazendo. 

A)What is he doing? (to drink/ a cup of coffee)
__________________________________


 
B)  What is he doing? (to play/soccer)
___________________________________






C)  What is he doing? (to read/ a contract)

____________________________________


 

D) What is he doing? (to travel/ to the beach)

______________________________________

















segunda-feira, 18 de março de 2013

Conjunções

ANÁLISE DA NARRATIVA

TEXTO 1 
Tragédia brasileira
 
  Misael, funcionário da fazenda, com 63 anos de idade, conheceu Maria Elvira na Lapa, prostituída, com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança emperrada nos dedos e os dentes em petição de miséria.
  Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicure... Dava tudo quanto ela queria.
  Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar uma surra, um tiro, uma facada. Não fez nada disso: mudou de casa.
  Viveram três anos assim.
  Toda vez que Elvira arrumava um namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos...
  Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência, matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul.

ENREDO:
NARRADOR:
PERSONAGENS:
TEMPO:
ESPAÇO:

TEXTO 2
A CARTA

  Esta outra história é de dois namorados, ele chamado Haroldo e ela, Marta. Os dois brigaram feio, e Marta escreveu uma carta para Haroldo, rompendo definitivamente o namoro e ainda dizendo uma verdade que ele precisava ouvir. Ou, no caso, ler. Mas Marta se arrependeu do que tinha escrito e no dia seguinte fez plantão na calçada em frente do edifício de Haroldo, esperando o carteiro. Precisava interceptar a carta de qualquer jeito. Quando o carteiro apareceu, Marta fingiu que estava chegando ao edifício e perguntou:
  - Alguma coisa para o 702? Eu levo.
  Mas não tinha nada para o 702. No dia seguinte tinha, mas não a carta de Marta. No terceiro dia, o carteiro desconfiou, hesitou em entregar a correspondência a Marta, que foi obrigada a fazer uma encenação dramática. Não era do 702. Era a autora de uma carta para o 702. E queria a carta de volta. Precisava daquela carta. Era importantíssimo ter aquela carta. Não podia dizer por quê. Afinal, a carta era dela mesma, devia ter o direito de recuperá-la quando quisesse! O carteiro disse que o que ela estava querendo fazer era crime federal, mas mesmo assim olhou os envelopes do 702 para ver se entre eles estava a carta. Não estava.   No dia seguinte (quando Marta ficou sabendo que o carteiro se chamava Jessé e, apesar de tão jovem, já era viúvo, além de colorado) também não.
  No outro dia também não, e o carteiro convidou Marta para, quem sabe, um chope. Na manhã depois do chope, a carta ainda não tinha chegado a Marta e Jessé combinaram ir ver Titanic juntos.
  No dia seguinte – nem sinal da carta – Jessé perguntou se Marta não queria conhecer sua casa. Era uma casa pobre, morava com a mãe, mas, se ela não se importasse... Marta disse que ia pensar.
  No dia seguinte, chegou a carta. Jessé deu a carta a Marta. Ela ficou olhando o envelope por um longo minuto. Depois a devolveu ao carteiro e disse:
  - Entrega.
  E, diante do espanto de Jessé, explicou que só queria ver se tinha posto o endereço certo.

  VERÍSSIMO, Luís Fernando. Festa de Criança. São Paulo: Editora Ática, 2006.

ENREDO:
NARRADOR:
PERSONAGENS:
TEMPO:
ESPAÇO:

EM RELAÇÃO AO TEXTO "A CARTA", RESPONDA:
1)       Não há como dizer quando esta história aconteceu, mas através do texto podemos saber durante quanto tempo o conflito se estendeu até o seu desfecho. Determine este tempo.
 
2)       O desfecho da narrativa não é o esperado, nem por Jessé, nem pelo leitor. Qual é este desfecho? Por que ele não é esperado? 

 TEXTO 3
“Quando Ana me deixou, eu fiquei muito tempo parado na sala do apartamento, cerca de oito horas da noite, com o bilhete dela nas mãos. No horário de verão, pela janela aberta da sala, à luz das oito horas da noite, podiam-se ver uns restos de dourado e vermelho deixados pelo sol atrás dos edifícios, nos lados de pinheiros.
  Eu fiquei muito tempo parado, e lembro-me que pensei, agora o telefone vai tocar, e o telefone não tocou. Então pensei, agora a campainha vai tocar, mas a campainha não tocou.
  Eu continuei ali parado no centro da sala que começava a ficar azulada pela noite, feito o interior de um aquário, e eu  com o bilhete de Ana nas mãos, sem fazer absolutamente nada.”

ENREDO:
NARRADOR:
PERSONAGENS:
TEMPO:
ESPAÇO: